Querido Diário,

Estou cansada das tarefas domésticas. Nestes últimos dias tenho tentado despreocupar-me, não me perder em teorias da organização e simplesmente fazer o que é preciso. Ando também por estes dias a orientar, com alguma impaciência, os miúdos a serem mais organizados e arrumados, a deixarem tudo como encontram. Eles até têm sido bons meninos e com mais ou menos repetição exaustiva das regras têm cooperado.

Ontem, depois de uma corridinha, dediquei o dia a engomar uma montanha de roupa que tinha acumulada ainda do Natal. Hoje dediquei-me a parte da casa. O desafio de patchwork, que tenho atrasado desde agosto (era suposto ser um bloco por mês), não me sai da cabeça. O V fez o jantar e comentei com ele que aquelas sortudas que têm maridos que tomam conta da cozinha são isso mesmo, umas sortudas! Que bem que me soube ficar com eles a mostrar-lhes o Triller do Michael Jackson (a propósito do jogo plantas vs zombies) e chamarem-nos para jantar.

Podia agora, às 21:42,  ir arrumar a cozinha, preparar uma máquina de roupa para lavar, preparar a máquina do pão e voltar aqui a dedicar-me ao patchwork, mas o que me apetece mesmo é vestir o pijama e ler o meu livro. Acordar bem cedinho amanhã, ir correr e voltar cheia de energia para me dedicar às tarefas domésticas durante a manhã e nas horinhas que me sobram, até os ir buscar à escola, dedicar-me aos meus projetos pessoais, aqueles que quero mesmo fazer. Esta rotina era boa para mim.

E a ti, Universo conspirador :) agradeço a oportunidade que me dás de ter tempo para tanta coisa, até para estar aqui tranquilamente a escrever isto, mas ajuda-me a continuar entusiasmada com os meus novos interesses, a sentir-me motivada a desbravar caminho, a conhecer pessoas interessantes, novas oportunidades, a ver o caminho que devo seguir. É que eu quero dedicar-me a fazer aquilo que gosto. E que permaneçam comigo as pessoas boas.

Até amanhã!